Pessoas não são árvores.
Não são auto sustentáveis, são eternamente dependentes de outros. Ledo engano pensar que a independência econômica te encaminha a sua independência pessoal. E seus pensamentos, estes então, como são e estão relacionados a outros num sistema complexo e intrincados de modelos, padrões...!
Mas voltando à metáfora 'árvore', metáfora fraca e rasteira por mais profunda que sejam as suas raízes. As pessoas não são árvores porque suas raízes são outras. Elas estão mais arraigadas ao éter que à terra. A partir da memória e menos nas lembranças. As raízes dos homens nascem "descoladas" e nômades, por mais sedentário que este seja... (talvez valha aqui a conversa com aquele senhor que o Beleza me indicou, posto que nunca saiu de Piracaia, mas como digo que tais raízes estão mais na cabeça que no pé... ele pode também pode ser descolado...)
Por que suas raízes são outras?
a resposta é simples: O homem carece do encontro com o outro e carece de todos os tipos de relações que este encontro pode gerar e gera. Claro que há graus de relacionamentos e envolvimentos. Havendo a necessidade do encontro há a necessidade da busca. Esta busca não é qualquer, não é como ir ao mercado e comprar um produto. Trata-se aqui de uma busca carregada de significados e em si mesma, em sua duração a busca já é o encontro. Quero dizer que a vida humana não é outra coisa senão a eterna busca e o enredar-se em suas narrativas e nas narrativas alheias.
O ir e vir do encontrar é que caracteriza a extensão humana (desde suas economias aos seus padrões de conhecimentos, culturais, biológicos e por aí vai...)
Toda a indústria, todo o marketing e publicidade saca isso. Os lugares em si mesmados parecem que levam um tempo a mais a compreender. Talvez, porque estes lugares e as memórias que os alimentam com suas lembranças não desejem tanto assim esta indústria e esta publicidade. Os modos de aí viver são outros, estão mais nas soleiras e caminhando nas estradinhas. Suas redes sociais são outras.
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