segunda-feira, 19 de agosto de 2013


É próprio do homem o repertório cultural que traz consigo e compartilha com o outro. 
Por vezes, manifestações culturais retratam tradições de outrora esquecidas. Essas são identificadas e legitimadas por pessoas pertencentes a este grupo até alcançar o conhecimento daqueles que estão envolvidos com as questões culturais de maneira mais abrangente. Este é o caso da cultura imaterial estudada na cidade de Piracaia, interior paulista. A partir da metodologia de pesquisa-ação-colaborativa e de registros partilhados em mídias digitais, verifica-se o alcance local/global dessa cultura, a problemática das políticas públicas e das ações governamentais frente às demandas culturais locais em resposta ao lugar e ao global. A necessidade dos registros encontra respaldo nas políticas culturais nacionais e internacionais. Entender estas políticas e as práticas culturais requer um modo de conhecer global e orgânico aportado em diferentes áreas como: da geografia – ao georeferenciar as narrativas; da história – porquanto as narrativas de vida podem estar ou não acordadas à história oficial; da ciência da informação – apropriação da informação, formas e divulgação de registros; e da comunicação – que é o campo onde se situa a pesquisa. Portanto, responder a questões culturais é necessariamente trabalhar em sua complexidade de maneira transdisciplinar e colaborativa.

Por que pesquisa, por que ação e por que colaborativa?

São três procedimentos visando um único objetivo: "Entender como as memórias legitimam determinados espaços". 

Para entender é preciso se aproximar, se envolver até certo grau com as questões, buscar ações que proporcionem a solução ou ir neste sentido. E só a colaboratividade garante a permanência e a justificativa de tais ações, porque há trocas de saberes e portanto, (des)envolvimento destes saberes.

O nosso argumento, argumento da comunicação, da ciência da informação, dos meios audiovisuais e suas mídias é que o registro de tais memórias é fundamental a sua permanência, sua tradução, sua continuidade progressiva e sua veiculação e portanto caracteriza-se por um "serviço" fundamental a qualquer comunidade, grupo... Nosso caso é com cultura em seu sentido abrangente antropológico.
No mapeamento da cultura em Piracaia, percebe-se a forte caracterização da cultura imaterial totalmente voltada a questão religiosa propagada em todas as suas festas. Essa caracterização é percebida tanto no Centro como nos bairros mais afastados (bairros rurais). 
O Grupo "Catira de Piracaia" assim como outros grupos aparentemente desconexos entre si representa uma cultura móvel que leva no seu nome, o nome da cidade de onde vem e a qual representa. No entanto, por vários motivos que não cabem aqui ser relatados, este Grupo não se sente reconhecido pela Cidade... Assim também são outros pontos referentes à cultura que não são reconhecidos, não são cuidados, transferindo, quando muito, este cuidado a outrem, caso das fotografias do Tetê Brandão...
A Cidade possui patrimônio, toda cidade possui, o que as diferencia são as formas como estes patrimônios são tratados, referenciados e vividos por todos, desde a Administração Pública ao Cidadão, não diria comum, mas singular. Talvez seja ai o ponto, cada qual começar a se ver com tal: em sua singularidade, buscando por tanto a singularidade de seu lugar e, assim fazendo a diferença que o Mundo nos solicita.

Neste ponto da pesquisa nos detemos mais propriamente às narrativas e estamos adentrando um bairro que teve seu desenvolvimento totalmente alterado por conta de intrigas... Esta é nossa proposição, veremos se confirma ou não com as narrativas lá coletadas e a situação atual deste Bairro Batatuba.


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