Uma feira de
intenções...[1]
Troca, permuta, câmbio, apropriação, consumo, uso... Quantas
palavras vêm à mente mediando e nomeando as relações estabelecidas entre homens
e homens, homens e objetos e até mesmo entre objetos e objetos? A quantos
sistemas pertencemos? Henri Lefebvre defende em “O direito à cidade” que “[...]
todo sistema tende a aprisionar a
reflexão, a fechar horizontes. [...]” e sugere abrir o pensamento às possibilidades. Em outras palavras
Bakhtin argumenta que o sistema vai à contramão do diálogo... Baudrillard refletindo sobre o sistema dos objetos diz que estes não mais correspondem e
sim comunicam... Levando-nos a pensar o quanto somos objetos dos objetos. Um
exemplo bobo (e como este, há tantos outros): quantas vezes você esqueceu uma
torneira ligada porque estava “acostumado” com a outra que desligava sozinha?
Este “acostumar” nos amalgama aos espaços quando nos esquecemos de quem somos
(se o sabemos). Nossos corpos não são mais nossos e passam a ser objeto, objeto
de trabalho, objeto público – onde publicamos nossos modos de pensar. “Midiamos”
a nossa essência nos permeabilizando aos ambientes, ora camuflando-nos, ora
escancarando-nos... Em outras vezes o corpo é o negócio: um sorriso bonito abre
portas – principalmente a do dentista...
[1]
Texto e fotografia de Sônia Barreto de Novaes a serem publicados na próxima
edição da revista digital Kalango
estará disponível em: http://revistakalango.wordpress.com/
- Editor responsável: Osni Dias.
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