sexta-feira, 30 de maio de 2014

Tempos da Mostra "Revelando Batatuba"

A cada passo nos vemos mais complexos e envolvidos em múltiplas redes de conexões imagéticas, iconizadas. Somos simultaneamente respostas/escolhas/questões dentro de processos que, na maioria das vezes, não percebemos quanto envolvidos estamos. A Mostra "Revelando Batatuba" acontecida recentemente num local onde não há acesso à telefonia celular, um lugar "parado" no tempo há pelo menos 36 anos devido a um processo de massa falida e que, no entanto, fora projetado para ser sede de uma das maiores multinacionais - indústria calçadista do século passado, essa Mostra revelou outros lugares para os quais nossas memórias estão se estendendo e se apropriando significativamente, são eles as tecnologias de informação e comunicação, mais apropriadamente as redes sociais. Não podemos, então, considerar essa Mostra como um evento pontual dentro de algum calendário de alguma instituição, apesar de estar alocado e contar com a parceria do CRAS - Centro de Referência da Assistência Social/ Prefeitura Municipal de Piracaia - SP, antes, a Mostra é aquele momento de um movimento e de uma manifestação da pesquisa colaborativa que vem acontecendo e se estruturando há alguns meses e conta com a parceria da Cidade do Conhecimento CTR/ECA/USP que, por sua vez, também está em conexões com outros, dentre eles: Museu da Pessoa e a Warwick University.

O que a "Mostra" nos mostrou?
Antes
a) o envolvimento da comunidade por meio do CRAS na busca de elementos que compusessem o tal tecido narrativo: fotos, lugares, pessoas, links; onde, como e porque guardar estes elementos; ações como: trilhas e saraus.
b) a apropriação dos dispositivos capazes de responder as demandas desta "revelação", ou seja, ferramentas livres e disponíveis na web:

c) a memória representadas nas falas de pelo menos 30 pessoas que contaram suas aventuras e desventuras por Batatuba suas relações com o Sr. Jan Antoín Bat'a e a fábrica de sapatos até a falência e da situação que hoje se encontra esta vila operária que, apesar dos pesares, continua sendo "o paraíso" o "lugar que não se troca por nenhum outro" "o lugar onde nasci, cresci e pretendo morrer".

Durante: que a partir de narrativas singulares surgiam os pontos comuns, a intersecção de falas, de lembranças e assim a composição da memória coletiva e nesta o reconhecimento de si, do outro, do lugar, do pertencimento a um quadro histórico conectado com outros.

Após:
a) que é necessário manter e desenvolver ainda mais as ações: Sarau do Bata e Sta trilha
b) que o Cine Batatuba deve voltar em forma de cineclube
c) que decisões sobre o tombamento e ponto de memória são duas pautas alinhadas a demanda deste lugar e que devem ser articuladas de maneira também colaborativa. 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

CRAS, parceiro e colaborativo


Aos poucos aquele receio natural sobre o que falar, de como se mostrar e a timidez diante da câmera, tanto por parte dos adolescentes como por parte das senhoras, foi sendo vencido e no lugar foi se instalando uma confiança e uma prontidão em trazer as histórias e participar em todos os momentos possíveis. 
As imagens para este vídeo sobre o CRAS foram captadas em 2 dias, primeiro duas adolescentes foram ao encontro das senhoras com câmera e gravador de voz. Foi o momento delas ouvirem sobre a vivência daquelas senhoras na época do Bata. Neste dia três senhoras trouxeram revista e diplomas. Interessante que ao mostrar tais documentos elas se dão conta da importância de tê-los e de guardá-los.


Outro dia foi a entrevista com a diretora e com uma das cozinheiras do CRAS que nos contam sobre seu amor pelo lugar. 



terça-feira, 27 de maio de 2014

Mapeando: como cheguei em Batatuba

Conversando com a diretora do CRAS/Batatuba definimos que convidaríamos os grupos das senhoras e dos jovens para participar do projeto "Revelar Batatuba".
Mas quem eram essas pessoas e como apresentar um grupo de jovens a um grupo de senhoras e, antes... como saber deles, se gostariam de participar deste projeto? Assim, elaborei algumas breves oficinas, a saber:

A) para os grupos separadamente
  1. Como me chamo e porque tenho este nome (história do nome)
  2. Que palavra me define
  3. O que quer dizer memória pra mim
  4. O que faço com minha minha memória... onde a guardo
 B) Apresentação dos jovens as senhoras e das senhoras aos jovens
  1. se apresentando em grupos de 3 (1 adolescente e 2 senhoras);
  2. se apresentando a todos em círculo - sendo que: as duas senhoras teriam que representar o adolescente como se fosse este e este, por sua vez, representou as duas senhoras como se fossem elas



 C) Elaborando cada qual seu Mapa de como chegou em Batatuba:




D) Apresentação dos vídeos aos grupos e uma breve dos caminhos que se faz para colocar na telinha da web.

E) Reuniões para saber quem (dos adolescentes e das senhoras) gostaria e poderia continuar no projeto do "Revelando Batatuba" e eleição dos pontos que seriam mapeados em vídeos.

F) Ida a campo para captação de imagens e áudio.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Revelando Batatuba: Céus azuis de Batatuba

O Primeiro vídeo que editamos foi mais um passeio por Batatuba com a câmera na janela do carro. Imagens coloridas das casas e de um céu de um azul celestial foram capturadas, mas todas estavam tremidas devido ao movimento do carro pelas ruas deste Bairro. O que salvou um pouco foi achar esta música num site para downloads livres de direitos autorais. Também deixamos alguns ruídos do ambiente no áudio do vídeo... O resultado, confira abaixo.
Este vídeo foi vinculado à palylist "Revelando Batatuba", embora a ideia, o projeto da Mostra tenham surgidos bem depois, na verdade enquanto íamos trabalhando o projeto/produtos foram se delineando em nossos pensamentos.
Quando compartilhamos este vídeo com alguns amigos, uns diziam que parecia um trailer de terror ou de suspense... uma amiga disse: "Ai, Sô... parece tipos assim: começa logo! começa logo!... 
É acho que foi bem isso, uma vontade de começar logo a desvendar este mistério que é Batatuba. 
Outra curiosidade é que, quando procurei a diretora do CRAS, na primeira vez que conversamos ela falou que tinha visto um vídeo "bem bonitinho" que passava pelas ruas de Batatuba...